12 de mai. de 2010

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Egoísmo e homossensualismo.
Eu disse homossensualismo, não homossexualismo. A primeira palavra expressa uma realidade, a segunda uma falsa realidade, pois não há sexo verdadeiro entre pessoas do mesmo sexo. Sendo assim, não tenho a menor duvida de que se o sexo não fosse dotado de forte prazer, os homens e mulheres não se reproduziriam, e o profundo medo da fertilidade é, em minha opinião, o que, o motivo pelo qual vem se desenvolvendo a cada dia o homossensualismo.
Prazer entre sexos é essa atração, fundada justamente na satisfação egóica, na raiz do ego, e, portanto na raiz do egoísmo, é justamente ela, que por mais contraditório que seja, faz com que a espécie humana se reproduza. Ou seja, na busca de uma satisfação muito particular e egoísta o ser humano acaba gerando filhos, não fosse assim, e veríamos os velhos, e velhas morrerem sem carregar a cruz de conceber, gerar, criar, educar outra vida humana resultando com conseqüência na extinção da espécie humana. O outro nos tira a liberdade e nos humilha o egoísmo.
Você não concorda? Então nos explique porque os homens e mulheres não querem mais ter filhos. Nações como Canadá, Itália e Uruguai já possuem planos de incentivo à fecundidade. Você dirá ou perguntará, é porque é difícil criá-los? Talvez alimentá-los? Educá-los? Ou porque eles roubam às mulheres a beleza, a juventude, a liberdade? Talvez ainda porque tê-los em grande numero não nos garanta que eles sejam boas réplicas de seus pais, espelhos para o nosso egoísmo, adultos que como nós, sejamos todos absolutamente egoístas, sem generosidade, cidadãos de si mesmos?
O sexo sem a sua função de fecundidade leva e desemboca cada vez mais eloqüente ao hedonismo, a máxima manifestação do egoísmo humano. Prazer pelo prazer. Nenhum sofrimento pelo outro, nenhuma diminuição de si mesmo, nenhuma frustração (sociopatia ou psicopatia). O prazer é o único objetivo. O paradigma da vida passa assim a ser a felicidade fundada no prazer sexual, ou melhor, no prazer erótico. Digo erótico e explico melhor. O sexo é conformação anatômica, interna e externa, que diferencia o macho das fêmeas. O sexo tem função procriativa e por esse motivo é chamado anatomicamente de aparelho reprodutor. O erotismo separado do sexo, não tem função procriativa, mas apenas passa a ter como função a satisfação erótica. Já não importa como e com quem essa satisfação seja obtida. Masturbação, aparelhos, animais, crianças, seres do mesmo sexo, promiscuidade, imagens e filmes, cheiros e fetiches, palavras, tudo pode servir de fonte de prazer erótico quando a mente assim o deseja. A prática aprofunda os desvios. O próximo passo, no desenrolar da anomalia, e mais curioso, é que se pode obter prazer erótico também da violência. Começa-se sentindo o prazer em abusar do proibido. Depois do puro. Depois do imaculado. Depois do sadio, logo em seguida do mórbido, e por fim, negando a vida que é um limite e objetivo por si só, e a perpetuação dela no relacionamento sexual (procriação), negando-a deseja-se a morte do outro (a) em primeiro lugar (simbólica ou concretamente) e a própria em segundo lugar. O sexo anti vida esta muito bem estabelecido em nossa sociedade doentia. Assim o homossensualismo por ser estéril é anti- vida é expressão de um narcisismo e egoísmo sem par. O individuo procura a si mesmo no outro do mesmo sexo. Busca o seu espelho e ilude-se na igualdade, nega a desigualdade, repudia o outro sexo, repudia a vida, o limite e as diferenças sexuais, nega a vida escondida no sexo, esse o segredo da sociedade erótica e egoísta. Como o sexo é encontro de sexos diferentes, é preciso que se diga que não há sexo entre homossesuais. O que há é erotismo entre homossesuais, pessoas do mesmo sexo que na sua base egóica predominou o erotismo contraceptivo. Por este motivo a palavra homossexual é errada no sentido de não definir com precisão o fenômeno de atração erótica (erotismo em espelho) entre indivíduos do mesmo sexo. Essa inversão de desejo pode ser acompanhada de outros fenômenos que a cada dia vemos surgir como mais força na sociedade hedonista. Homossensualismo com pedofilia, como bestialidade (sexo com animais), oralidade com ou sem agressividade, sadismo, masoquismo, necrofilia e outras também mais graves e sutis anomalias do instinto sexual com desvios do objeto ou do tempo (idade). (Agressividade quer dizer agressivo à vida, e o sexo agressivo, é conseqüência e reação do medo da fertilidade humana, reação a uma rejeição sentida, muito provavelmente, já na vida intra-uterina, o apego a esterilidade é indicativo de anormal apego à morte).
G. Wallace Requião de Mello e Silva.
Uma Teologia do Amor Fecundo;
Uma Teologia do amor fecundo, ou uma teologia da sexualidade?
O texto que esboço aqui tem por base o livro do padre Léo CSJ, já falecido, titulado “Sede Fecundos”. Não concordo inteiramente com o seu texto (nem ele queria, esperava, ou pedia isso), mas, não podemos negar que seu livro é fecundo em idéias. Cumpria ele assim a primeira e mais essencial de suas premissas; a de seu amor missionário fecundo.
O nome “Teologia” não se aplica em todo o seu sentido “pleno” nesse texto. Teo, Deus em grego, mais Logos, estudo, palavra, nos falam de um estudo aprofundado de Deus. No caso cristão, é a ciência que deduz, da palavra revelada aos hagiógrafos, uma natureza íntima de Deus, sua vontade, inteligência e ensinamentos. Posto assim, neste texto, nós queremos ver o que Deus nos fala, através das Sagradas Escrituras sobre a sexualidade.
A fecundidade é o norte da vida. É a direção para onde aponta o ponteiro de orientação da bússola da vida. A Vida é fecunda. A Morte é infecunda.
Bem, vamos por parte. Se eu te apresento um pedaço de chocolate, você experimenta e diz: É bom! Então eu te apresento um perfume, você inala e diz: É bom! Eu te faço um cafuné no couro cabeludo, e você diz: É bom. Ora, o que você esta dizendo?
Você está dizendo que sente prazer nas coisas boas, você esta dizendo que sente prazer.
Em Genesis leremos que Deus viu que todas as coisas criadas eram Boas, tudo era bom, portanto sem muita presunção podemos supor que Deus sentiu prazer pelo que criou. Deus sentiu prazer na sua fecundidade. Não nos parece temerário assim afirmar, pois Deus disse que o homem é sua imagem e semelhança, portanto, muito do que sentimos são imagem e semelhança de Deus.
Ora, mas Deus criou o homem, ápice de sua criação, e a mulher, viu que o homem era bom e que precisava de uma auxiliar, e criou a mulher diferente do homem como sua companheira, macho e fêmea os criou. E viu que era bom. Portanto foi Deus que criou o sexo.
Ora, o sexo aqui, nesse texto, é tomado na sua mais clássica definição. Conformação macro e micro anatômica, que diferencia o macho da fêmea, diferença essa que se repercute nos hormônios, nas glândulas, e nos cromossomos sexuais (XX para a mulher) e (XY para os homens). Portanto os seres humanos são sexuados, diferente dos seres vivos assexuados.
Vendo Deus que tudo era bom (sentindo prazer na sua fecundidade criadora) mandou que os humanos crescessem e se multiplicassem, ou seja, como imagem e semelhança de Deus Unem e Trino, os fez fecundos, orientando-os ao norte da vida, a fecundidade. Não fossem fecundos os nossos primeiros pais, não estaríamos escrevendo esse texto. Podemos fazê-lo, porque foram fecundos os nossos pais.
Homem e mulher, Deus os criou. Temos aqui a pedra fundamental da sexualidade, porque o que diferencia o homem da mulher é o sexo. Não há como esta posta uma terceira via.
Mas se Deus criou os genitais humanos, e todas as diferenças macro e micro anatômicas e funcionais, Deus também criou a mão humana. Ora, a mão, no ser humano, é do seu corpo as mais multifuncionais, digamos de suas partes. A mão escreve, toca instrumentos, cozinha, constrói , modela, desenha, acaricia, erotiza, planta, colhe, mas também mata, mente, falsifica, destrói, violenta. Ora, disso, com simplicidade, percebemos que a mão tem atos morais, sociais, e atos imorais e anti-sociais. Se assim é para a mão humana, o leitor logo concluirá sem dificuldade que assim é, também para o corpo, e para os demais órgãos humanos, incluindo os genitais, o sexo, donde se conclui que todo ato humano é moral, e o moral é fértil, fecundo, vivo. Ou seja, para Deus constatar que era bom, é porque a obra criada não era má, estéril, desagradável, infecunda e imoral. O pecado original foi à desobediência ao limite moral, ou seja, a desobediência ao limite pedido, solicitado, estabelecido por Deus. A quebra desse limite tiraria o homem da inocência, ou seja, da vivência moral perfeita, e o retiraria do paraíso, ou seja, dessa vivência perfeita e harmonia cósmica. Sendo que isso, como relata o Gênesis, nada tinha “haver” com a sexualidade, mas tinha “haver” com a desobediência ao limite moral entre o que era BOM e o que era MAL. Assim os homens souberam a diferença entre o bom e o mau, nos diz o Genesis, e viram que estavam nus (despidos da harmonia cósmica, da inocência original pela obediência fecunda) e se cobriram com folhas. Limitaram e esconderam seus sexos, com culpa moral desobediente. Quiseram com isso escapar aos olhos fecundos de Deus. Furtar-se à VIDA. Ou seja, o humano desejou então “possuí-la”, “conhecê-la”. Pois comeu do fruto do conhecimento pela transgreção, e desejou reter a vida pessoal, controlá-la egoisticamente, ser confundido com ela tal qual Deus o criador, (Eu sou a Vida) e ao invés de ser inocente, obediente e fecundo, limitados tal qual homem e mulher foram criados, instrumentos obedientes da VIDA cósmica, OBRA DE DEUS e não os senhores dela, tornaram-se desobedientes a Deus, na perseguição teimosa do grito cósmico de Satanás: “Eu sou tal qual Deus”. Hoje os homens avançam em direção à Árvore da VIDA, aquela que segundo o Genesis, esta protegida por uma espada de fogo, a segunda árvore proibida por Deus. A primeira nos expulsou do paraíso da inocência, a segunda nos expulsará da existência temporal para a condenação eterna.Assim, diz o padre Léo em seu livro: “A intimidade sexual é sagrada! A atração mutua entre o homem e a mulher é mais do que um impulso natural, é a realização da fecundidade de Deus, é sacramento, é Dom e desejo de Deus. O Prazer sexual é igualmente Dom e presente de Deus. Ele criou o ser humano sexuado. Deus criou o homem e viu que era Bom.” E o criou para a Fecundidade Moral. Sede Fecundos: no Amor de Deus.

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