28 de jan. de 2010

Pode alguém fazer sexo com sigo mesmo?
Não, não pode. Uma pessoa pode conseguir excitar-se sensualmente, ou como também dizemos eroticamente por diversos comportamentos, mas essa excitação não é sexo, é erotismo, ou melhor, dizendo auto-erotismo. A mais comum atitude “auto erótica” é a masturbação, cuja palavra de origem latina, vem da expressão manus tuburare, ou seja, tocar com as mãos, ou fazer um tubo com as mãos (autores discordam quanto ao exato sentido do termo). Então não fazemos sexo com a nossa imagem em espelho, muito menos com a nossa projeção erótica em pessoa do nosso mesmo sexo (relação em espelho). Na verdade, essas relações eróticas, são relações em espelho, ou relações narcisisticas. Trata-se de erotismo em espelho, ou masturbação a dois. Todavia não é sexo, porque não ocorre o encontro do sexo masculino com o feminino, não se realiza a função sexual, mas apenas a excitação erótica ou sensual, uma auto-excitação a dois. O sexo não é isto. Sexo é o encontro funcional entre o sexo masculino e feminino. Pode haver prazer erótico sem sexo, e pode haver sexo sem prazer erótico. Via da regra natural, em todas as espécies sexuadas o instinto sexual, dada a alta responsabilidade do ato sexual, (a geração e manutenção da vida) é dotado de atração erótica e sensual hetero (entre sexos diferentes) orientada para viabilizar a fertilidade. O sexo, portanto é criteriosamente o encontro do aparelho reprodutor masculino com o aparelho reprodutor feminino.
O termo erotismo narcísico (erotismo entre iguais) vem da mitologia grega, onde Narciso apaixona-se pela própria imagem refletida em um lago de tal maneira que acabará caindo nas águas e afogando-se em si. O espelho, e o amor de si, na própria imagem de seu igual, têm sido as marcas da relação erótica narcísica, ou seja, da não relação, pois quem se relaciona com a sua imagem, não se relaciona com o outro diferente de si, donde vem o afogamento auto-erótico, o vicio de si mesmo. Não querer relacionar-se com sexo diferente de si constitui-se a Heterofobia, a aversão inconsciente a fertilidade e ao sexo oposto. A fertilidade nada mais é que gerarmos o outro, o que nos obriga a sair de nós mesmos, a deixarmos a nós mesmo, compreendendo a nossa transitoriedade e responsabilidade com o outro gerado, para servirmos à Vida. A função máxime da sexualidade humana é a fertilidade, a manutenção da vida humana. Assim o chamado homo afetivo deseja realizar o erotismo narcísico, a orientação para a morte no afogamento em si mesmo.

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